Hoje sonhei com nós dois... de novo. Parece que está virando rotina ter você nos meus sonhos. Ainda bem que está virando rotina, pois é o único lugar onde posso te ter!

Nos beijávamos felizes. Eu, como sempre, boba, brincava com você e escutava sua gargalhada gostosa. Olhava para o lado e via nossa casinha sendo construída... E ela era linda, tinha até carro estacionado na garagem. A felicidade estava estampada nos nossos rostos... Revisávamos alguns objetos, se jogaríamos fora ou entraria na nossa nova casa. Era um momento simples, mas eu consegui ver a felicidade no coração dos dois. Brincávamos e a gente até ria de alguns documentos com fotos antigas.

Este sonho me mostrou que nas coisas mais simples, ele conseguia me fazer um bem danado. Só dele estar ali, só da presença dele, já era um motivo de alegria.

Apenas um sonho...

A vida já não tinha mais sentido.

O amor florescia sob sua pele,

Mas as pessoas ao redor não tinham mais amor;

Não tinham compaixão...

Não tinham caridade...

Não tinham generosidade...

As pessoas andam rancorosas, frias, hipócritas.

Dentro dela, uma voz gritava: Gente, cadê o amor de vocês ?

A pergunta era como um eco. Num lugar escuro. Num lugar oco. Frio.

E ela continuava martelando onde foi parar a compaixão...

Procurando por baixo dos tapetes, por entre os papéis espalhados...

"Onde, onde está ?"

"Eu preciso, eu necessito!"

E nesta busca insana, nesta busca sem fim

O dia há de chegar

Um dia em que ela encontre a peça que faltava

A voz que responda suas perguntas

Que venha de qualquer lugar...

Por baixo dos tapetes, por entre os papéis espalhados

Mas que venha, sobretudo, com amor!