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segunda-feira, 30 de abril de 2012

E quando o desespero se vai, a esperança me convence.

Sentada, ela olhava a noite lá fora. Tão triste como ela. A rua estava fazia e fria. Fria como ela se sentia por dentro. A lua nem dava sinal de vida. Escondida entre as nuvens que faziam o visual ficar ainda mais melancólico. E aquilo tudo só piorava. Deixando-se levar pela emoção, sem querer, deixou uma lágrima rolar pelo rosto. Não contente e com o orgulho ferido, limpou-a como se fosse pecado.


O problema é que ela não sentia aquilo já tinha um tempo. E, para ela, era pecado sentir aquilo. Mas, ora, porque? Sofrer é pecado? Sofrer é pecado! Porque, aquela menina tão linda, tão jovem, está ali, com aquele rastro de uma lágrima sobre a pele que mais parece veludo? Não tinha nada de errado. Tinha? Será que era errado aquele nó na garganta? Aquele vazio que na verdade teria que estar ali um coração, vivo, batendo e... Mas, ainda assim, era como se ela não o tivesse.


Apoiando o rosto com as mãos, ela deixou que o desespero fizesse uma pausa ao seu lado e, com suas reflexões, fosse embora. E ele se foi. E dali em diante a esperança cutucou-lhe o ombro. Não querendo mais esconder o rosto, tirou suas mãos dele. Olhou pra frente. Ergueu a cabeça. Com um sorriso de canto no rosto, pensou: "Vai passar!".


Ao levantar-se, sentiu que não tinha mais nenhum nó na garganta apesar do vazio que ainda insistia em mostrar que ali estava. Mas a garota que até então havia soltado uma lágrima, deixou o vazio pra lá. "Ora, porque não tentar?"


"Dor? Deixei-a para lá. Uma hora ela se toca e vai embora, quem sabe..."

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